história

Após tirar aparelho, Murilo é só alegria

Dandara Flores Aranguiz

Foto: Renan Mattos (Diário)

Depois que o pequeno Murilo Baptista da Silva, 4 anos, retirou o aparelho para correção da mandíbula, há pouco mais de dois meses, a rotina do menino que teve a sua luta de vida conhecida no final do ano passado - após o filme Extraordinário, que conta a história de um garoto que nasceu com a Síndrome de Treacher Colins, a mesma que Murilo tem -, mudou bastante. E para melhor. No dia 26 de setembro, já sem o aparelho, Murilo fez uma nova cirurgia, para implante de ossos na face, abaixo dos olhos e nas bochechas. O procedimento foi realizado no Hospital Bruno Born, em Lajeado.

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Para poder fazer a reconstrução óssea, foi preciso retirar partes do crânio e implantá-las no rosto. Essa foi a terceira cirurgia que Murilo fez só em 2018, e a mais demorada de todas. Foram oito horas na mesa de cirurgia, três dias internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e dois dias de internação no quarto. No começo deste mês, Murilo e a mãe, Kellen dos Reis Baptista, 36 anos, foram até Lajeado para retirar os pontos da cabeça. Hoje, eles retornam para avaliação.

- Quando ele botou o aparelho, só chorava. Não conseguia dormir, sentia muita dor, porque puxava o osso. Desta vez, a recuperação está sendo bem melhor, mais rápida e mais fácil. Temos que segurá-lo, pois está voando as tranças. O pai dele inventou um balanço para o Dia da Criança, e ele está aprontando todas com a irmã - brinca a mãe.

A cirurgia para a retirada do distrator mandibular foi feita em 15 de agosto. Murilo ficou pouco mais de três meses com o aparelho no queixo (que foi adquirido graças à solidariedade de pessoas que doaram o valor para a compra do equipamento), que serviu para corrigir a má-formação na mandíbula. Mas o resultado final foi muito melhor. As funções respiratórias de Murilo melhoraram bastante, principalmente na hora de dormir. Além disso, ele está comendo melhor e falando mais do que antes.

PRÓXIMOS PASSOS

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Em Santa Maria, Murilo faz acompanhamento com fonoaudióloga, nutricionista, pediatra e gastroenterologista. Ele ainda faz uso de uma sonda que auxilia na alimentação, mas a ideia, agora, é retirar o suporte aos poucos, fazendo uma readequação na dieta.

- Para tirar a sonda, ele precisa, primeiro, comer melhor. Queremos ver se, no final do ano ou no início do ano que vem, conseguimos retirar a sonda, para ele poder ir para a escolinha. Ele é bem esperto, bem desenvolvido, aprende muita coisa rápido - relata Kellen.

Segundo a mãe, o próximo procedimento deve ser realizado somente quando o pequeno completar 8 anos, ocasião na qual será feita a reconstrução das duas orelhas (por não ter as orelhas formadas, a audição é reduzida). Até lá, Murilo seguirá fazendo o acompanhamento odontológico, que deve demandar outros procedimentos ao longo do tratamento.

- Eu vejo que ele fica bastante tempo no espelho se examinando. Não sei se ele se enxerga diferente de outras crianças, por causa das orelhinhas, que ele não tem. Ele fica tocando, mas não fala nada, só olhando - comenta a mãe.

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